Por| Hermes Abreu
Ser comprometido com os pobres não é só deixar a barba crescer e usar um anel preto, o anel de tucum. Não é ser leitor assíduo dos teólogos progressistas. Nem mesmo, dizer-se engajado.
Ser comprometido com os pobres não é se dizer da Igreja da Base. Nem mesmo lutar contra todo e qualquer sinal da Tradição da Igreja. Não é debochar dos tradicionalistas, ou chamar de alienado todo e qualquer sinal de devoção popular.
Ser comprometido com os pobres está além de símbolos e teologias. Este compromisso está embasado, encrustado no Evangelho. O que faz de mim, de você, de nós; comprometidos com os que sofrem é o amor que se infere do Evangelho. Fazendo dele carne, em nossa própria carne.
Não é um anel, uma marca estética, livros que se lê ou indica. A Igreja da Libertação nasce do amor aos pobres. Sentimento que impele à misericórdia e profecia. Amar aos pobres, acima de nossos sonhos de ascenção social, carreira, ideologias. Amar aos pobres, socorrendo-lhes em suas necessidades, denunciando seus direitos vilipendiados.
Misericórdia e Profecia: síntese do caminho de um Cristianismo Libertador. Quando entendermos que devemos ser misericordiosos como nosso Pai é misericordioso (cf. Lc 3,16) e – também – que devemos evangelizar os Pobres, anunciando a libertação aos Cativos e o Ano da Graça do Senhor (cf. Lc 4, 18ss); estaremos fazendo com que o Reino de Deus seja uma realidade, aqui e agora.
É no amor aos pobres, amor sustentado pela fidelidade ao Evangelho, que se constrói uma Igreja Libertadora. Pobre, livre, terna e fraterna.
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